Arte

A Exposição e a Crítica: Laboratórios de Sentidos.

Em abril tive a oportunidade de participar do curso A Exposição e a Crítica: Laboratórios de Sentidos, com o cubano Andrés Isaac Santana, que atualmente reside em Madri e é correspondente do jornal inglês “New Harold”, ensaísta, crítico de arte, curador e membro da Associação Espanhola de Críticos de Arte. Foi um curso revigorante!

O curso é um projeto contemplado pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás, Lei Goyazes e Lei Municipal de Incentivo à Cultura. O objetivo é formar profissionais em atividades curatoriais e artísticas a partir de um curso introdutório profissional teórico-prático. O programa enfatizou o estudo das exposições, a sua elaboração a partir das perspectivas conceituais e estéticas, como técnicas e de gestão.

Na mesma semana ocorreu a abertura da exposição Palimpsesto, com curadoria de Andrés. Na mostra trabalhos de Pitágoras Lopes, G. Fogaça e dos europeus Diego de Los Reyes e Nahuel Tupac. Uma das coisas que mais chamou a atenção na exposição foi sua organização não linear, ou seja, as obras dos artistas estavam misturadas, evidenciando-se o diálogo entre as obras e seus discursos, ao mesmo tempo acentuando-se a singularidade de cada trabalho, e proporcionando ritmo e dinamismo à exposição. Deixei a exposição com meus olhos e coração alimentados.

Olha só os registros imagéticos!

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A artista Ketllyn Fernandes também participou do curso. Pedi a ela que registrasse suas impressões para compartilhar com vocês. E olha que bacana seu relato:


Jornalista por formação acadêmica, mas incompleta dentro dessa profissão, há cerca de um ano e meio voltei a pintar, e, de lá para cá, tenho buscado me integrar aos artistas locais, aperfeiçoar técnicas com as oficinas do Centro Livre de Artes e assim saber o que fazem, pensam, consomem. Tive acesso ao curso A Exposição e a Crítica: Laboratório de Sentidos por meio de uma postagem da Secult-Goiânia no Facebook. De imediato me interessei pelo tema, mesmo que, só tenha vindo a compreender, de fato, do quê se tratava, no meio dele.
E foi isso que o tornou tão singular para mim: a descoberta. Por meio das experiências relatadas e analisadas pelo crítico de arte e curador Andrés Santana (em sua língua natal, o que dificultou um pouco a compreensão rápida), um mundo de informações, acontecimentos, questionamentos e sensações se abriu diante de mim enquanto pessoa que gosta de Arte, admira o fazer artístico, tem trabalhado com ilustração em aquarela, mas que se sente perdida nesse meio, quase uma intrusa.

Antes do curso, eu sequer tinha parado para pensar que em cada exposição que já fui em minha vida havia por traz o trabalho árduo de um curador; ou que a forma de dispor as pinturas fazia diferença; menos ainda que o curador tem o papel preponderante de sentir a fundo a arte do artista do qual está a fazer curadoria. Mas, mesmo não tendo tal consciência, eu recebia as sensações oriundas daquela organização, e então compreendi o motivo por trás.

O curso foi além de minhas expectativas ao abordar temas como Arte Contemporânea versus Arte Conceitual, me levando a estudar a respeito e, novamente, ficar cheia de questionamentos. Outro ponto importantíssimo para mim foi a questão levantada de como o “outro” é representado na arte, sobretudo no que se refere aos artistas da América do Sul e Latina. Essa crítica em relação ao eurocentrismo versus a marginalização da nossa produção artística me levou a várias reflexões oportunas para quem está começando a produzir significado por meio da arte, ou ao menos tentando.

No meu caso, muitos artistas importantes da contemporaneidade me foram apresentados por meio dos relatos de Andrés. Espero ter tempo de buscar conhecer o trabalho de cada um deles, mas sem pressa, para assim deixar minha sensibilidade fluir diante de seus trabalhos, como vi que ocorre com ele.

Não bastasse todo essa amplitude que meu campo de visão ganhou, no último dia, numa mesa redonda com curadores locais Gilmar Camilo (curador do Museu de Arte Contemporânea de Goiás) e Enauro de Castro (curador do Museu de Arte de Goiânia) e também de outro país, Patrícia Avena Navarro (curadora franco-argentina), fomos agraciados com uma verdadeira aula de história da Arte goiana, no que tange a criação do nosso primeiro Museu de Artes (MAG) e do Museu de Arte Contemporânea (MAC).


Ketllyn tem se dedicado à pintura aquarela e você pode conhecer mais o trabalho dela  >>AQUI<<  

 

#AmoAprender #ArteContemporanea #curadoria

Serviço:
Curso: A Exposição e a Crítica: Laboratórios de Sentidos
Facilitador: Andrés Isaac Santana
Onde: auditório da Vila Cultural Cora Coralina.
Quando: 4 a 12 de abril, se segunda a sexta-feira. das 18h às 21h.

Exposição ‘Palimpsesto’  com curadoria de Andres Isaac Santana
Artistas: Diego de Los Reyes, Nahuel Tupac, G. Fogaça e Pitágoras Lopes
Visitação: 7 a 30 de abril (segunda a sexta-feira, das 10h às 18h; sábados, das 10h às 14h ou com hora marcada)
Local: Potrich Galeria de Arte Contemporânea (Rua 52, nº 689 – Jardim Goiás, Goiânia)
Entrada franca – Em abril a exposição segue para Madri.

Pintura do topo: Gerson Fogaça.

 

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Cacilda Vitória

Quem escreve | Website

Artista visual, professora de artes e moda, especialista em arteterapia e fashion design, oficineira, sonhadora, criativa e incentivadora de talentos.

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